A HOTELARIA
Na rota da evolução empreendida pelo Turismo nos séculos anteriores, intensificaram-se no século 19 as viagens em busca de cultura e recreação. Nesse período houve um contínuo processo de massificação do turismo. A evolução dos meios de transporte tornou as viagens mais acessíveis para outros segmentos da população que não a nobreza. Em meados do século, havia no Rio de Janeiro duas centenas de estabelecimentos de hospedagem (sendo apenas a terça parte pertencente a brasileiros), dos quais cerca de cinqüenta eram considerados hotéis. Entretanto, vários depoimentos de visitantes estrangeiros continuavam se ressentindo da falta de hotéis de qualidade. Principalmente por serem ainda muito gritantes as diferenças de padrão sócio-econômico entre o Brasil e os países desenvolvidos, em todos os aspectos da qualidade de vida das grandes metrópoles e não apenas no campo da hotelaria.
Os hotéis de melhor categoria começaram a surgir em antigas mansões, como o Hotel Ravot (antiga residência do Visconde de Cachoeira, na Rua do Ouvidor), ou fora do centro do Rio, alguns deles em bairros afastados. Esta opção oferecia maior conforto, requinte e paisagem exuberante, sem os inconvenientes da confusão das ruas e da falta de saneamento da cidade.
De modo relativamente semelhante ao que ocorre hoje nos resorts e hotéis-fazendas, os visitantes se refugiavam em locais bucólicos, como a Chácara das Mangueiras, até então propriedade do Conde d’Eu, transformada em Grande Hotel (Versailles); ou no Hotel White, antigo palacete de verão do Conde de Itamarati, no Alto da Boa Vista; no Hotel d’Angleterre, no antigo Colégio de Instrução e Educação de Meninas, de Mrs. Hitchings, na praia de Botafogo; ou no Grand Hotel Internacional, na rua do Aqueduto, atual Almirante Alexandrino, em Santa Tereza.
A evolução dos meios de transporte viabilizou o investimento hoteleiro em locais distantes do centro do Rio de Janeiro.