A hora da estrela
A Hora da Estrela de Clarice Lispector, Editora Rocco,1998. 1º edição, 87pp. Conta a história de uma nordestina, Macabéa que é contada pela voz de um personagem narrador chamado Rodrigo S.M, que ao contar a história de Macabéa, também fala sobre sua vida e de como é difícil falar sobre esta mulher, dizendo que tem que se transformar “...não fazer a barba durante dias e adquirir olheiras escuras por dormir pouco”, vestir-se “com roupa velha rasgada” tudo para se no nível da nordestina” (p.10). Ao mesmo tempo que ele critica e a ofende, também diz que a ama e que é obrigado a defendê-la, porque ela é incapaz de fazer isto.
Macabéa vivia em uma sociedade técnica onde ela era um parafuso dispensável, segundo o narrador, ela é uma peça descartável numa cidade assim como o Rio de Janeiro, um ser desprezível, humilhado que é incapaz de se defender, o narrador afirma que na rua ela era como um fantasma, ninguém notava a sua existência e de fato ninguém a olhava, pois ela não tinha atrativo algum.
Macabéa que tem como apelido Maca era uma datilógrafa alagoana virgem, analfabeta, solitária, feia de corpo franzino e órfã. Seus pais morreram quando ela tinha dois anos de idade, logo ela foi criada por uma tia beata que morreu logo após lhe arrumar um emprego. Maca morava com quatro colegas na Rua do Acre no Rio de Janeiro, tinha o costume de ouvir a Rádio Relógio que informava as horas, anúncios e informações sobre cultura, ela admirava a atriz Marilyn Monroe e tinha o sonho de ser estrela de cinema. Apesar de ouvir várias informações na rádio ela não sabia como e quando usá-las, porque ela pobre de estudo.
Após se mudar para o Rio de Janeiro Macabéa vai trabalhar como datilógrafa, graças a sua tia que lhe ensinou a usar a máquina, apesar disso ela era uma má funcionaria, pois sempre errava na hora de digitar palavras “difíceis”, seu patrão disse que iria despedi-la por tal incompetência, mas se comoveu por ela ter aceitado humildemente sem ao menos se defender,