alcance desse amor pelo esporte.A cidade do Rio de Janeiro em 1895 vivia um momento de grandes transformações sociais e políticas. Era ainda o despertar da república, proclamada em 15 de novembro de 1889 após o golpe dos militares, liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, na antiga praça da Aclamação (hoje Praça da República). Uma cidade grande, o centro urbano de maior referência para o país naquele momento, onde havia pessoas das mais diferentes classes sociais, os mais diferentes gostos culturais que direcionavam já àquela época os costumes da sociedade. Era um Rio de Janeiro de belezas naturais incontestáveis, como as praias do Flamengo e de Botafogo, mas que ainda não havia feito de Copacabana, Leblon e Ipanema locais com a mínima importância, até porque não passavam de longícuas e inacessíveis regiões da cidade, até aquele momento. A natureza esportiva do carioca não é de hoje. Desde muito tempo, esse povo é inclinado à prática de atividades físicas e o esporte daquele momento era o remo. Nada mais atrativo à população do que assistir a um domingo de regatas. Era o grande programa de um belo fim de semana. Claro que isso conferia aos atletas praticantes da atividade um status acima da média. E, consequentemente, as moças tinham seus olhos voltados para os remadores, quase sempre fortes e bronzeados pelo sol.Ao perceberem isso, alguns amigos, moradores da praia do Flamengo – a mais antiga da cidade do Rio de Janeiro – decidiram pela criação de um grupo de regatas do Flamengo. Não suportavam mais a presença dos remadores dos clubes já existentes, principalmente os rapazes de Botafogo, conquistando o coração das garotas do bairro.Em setembro de 1895, reunidos, como de costume, no famoso restaurante Lamas, no Largo do Machado, José Agostinho Pereira da Cunha convidou os demais amigos para a efetiva criação do grupo, sendo prontamente atendido por Mario Spíndola, Augusto da Silveira Lopes e Nestor de Barros. O novo grupo tinha agora seu primeiro desafio: