A história da tuberculose
No século XIX grandes epidemias tendem a regredir, a tuberculose desencadeia, principalmente nas grandes cidades da Inglaterra e França, em sua forma pulmonar conhecida por tísica, uma mortalidade considerável. No primeiro quarto do século, acredita-se que El tenha sido responsável por vinte por cento das mortes.
Acredita-se por muito tempo que tísica é uma doença hereditária, que afeta principalmente os jovens, ricos, bem dotados e sensíveis, particularmente as mulheres e os poetas. Contudo, no final do século, estatísticas mais exatas mostrarão uma realidade bem diferente: a tuberculose atinge sobretudo os pobres, os proletários das grandes cidades.
Em 1882 descobre-se o vírus causador, o bacilo de Koch, e seu caráter contagioso fica confirmado. A doença, acreditam os médicos, políticos e pessoas importantes, é provocada pela falta de higiene das classes populares, o que por sua vez é sinal de degradação ou mesmo de imoralidade.
O prolongamento da doença fará com que os doentes ricos do começo do século viagem visando melhorar seu estado de saúde, o que será substituído por sanatórios. Os primeiros são criados na Silésia entre 1854 e 1859. Mas tarde, serão criados sanatórios para pobres. Eles irão sendo fechados após a descoberta, por volta de 1950 dos antibióticos, da estreptomicina e do Rimifon, medicamentos que permitem, finalmente, dominar a doença.
Abandona-se a ideia de eliminar o mal junto com suas vítimas. Nos sanatórios as visitas são permitidas, e existe esperança de recuperação. Além disso, o sanatório constitui um mundo à parte, uma microssociedade com seus próprios costumes, regras, rituais, relações pessoais. Enfim, por volta de 1930, criam-se associações de doentes