A GRAÇA
Nº1162
Sermão pregado na manhã de domingo, 15 de março de 1874
Por Charles Haddon Spurgeon
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.
"Tua fé te salvou." - Lucas 7:50 e Lucas 18:42
Eu não recordo que esta expressão pode ser encontrada em nenhuma outra parte da Bíblia. Está nestes dois versículos do
Evangelho de Lucas, mas não a achamos nos demais Evangelhos. Lucas também nos dá uma expressão parecida ou quase idêntica em outras duas passagens: "tua fé te curou." (Bíblia das Américas). Esta expressão foi usada em referência à mulher cujo fluxo de sangue havia sido estancado instantaneamente (Lucas 8:48), e também em conexão com o único dos dez leprosos que regressou para glorificar o Salvador pela limpeza que tinha recebido (Lucas 17:19).
Poderão encontrar a expressão, "tua fé te curou" uma vez em
Mateus e duas vezes em Marcos, mas a encontrarão duas vezes em
Lucas, além das palavras de nosso texto que são repetidas duas vezes:
"Tua fé te salvou." Acaso nos equivocamos ao supor que a larga convivência de Lucas com o apóstolo Paulo lhe permitiu não só receber a grandiosa doutrina da justificação pela fé, que Paulo ensinava de maneira tão clara, e outorgar à fé essa alta importância que Paulo sempre lhe dava, mas também ter essa memória peculiar dessas expressões usadas pelo Salvador, nas quais a fé era honrada de maneira manifesta e a um grau extremamente elevado?
Embora Lucas não tenha escrito nada que não fosse verdade simplesmente para proclamar essa grandiosa doutrina ensinada pelo apóstolo tão claramente, sem dúvida eu creio que sua plena convicção dela tenha lhe ajudado a trazer à sua memória mais vividamente essas palavras do Senhor Jesus, nas quais se poderia entender essa doutrina de maneira mais clara e com exemplos.
Seja como for, sabemos que Lucas estava inspirado, e que não tinha escrito nada nem demais nem de menos, senão o que o Salvador disse na realidade, e aqui podemos estar seguros que a