a grave questão de moradia no brasil
“Cada homem vale pelo lugar onde está: o seu valor como consumidor, cidadão, depende de sua localização no território.” O valor vai mudando para melhor ou para pior de acordo com a sua acessibilidade, independente de sua própria condição, onde pessoas com as mesmas virtualidades, formação, e mesmo salário, tem valor diferente segundo o lugar em que vivem. Contudo, a possibilidade de ser mais ou menos cidadão depende do território onde está, dando-lhe condições de sua pobreza ou o acesso àqueles bens e serviços que lhe são teoricamente devidos, mas que lhe faltam, pois apenas são recompensados em função de sua localização no espaço. A mesma sociedade que cria o mito da casa própria como solução, cria também uma série de dificuldades para que ela seja alcançada e muita dor de cabeça para aqueles que estão tentando adquiri-la. Entre o ser proprietário e o desejo de sê-lo de fato segue-se um árduo caminho, longo e penoso, principalmente para quem paga aluguel, pois os bancos ou financiadoras exigem uma forma de garantia de que o cidadão irá cumprir com o pagamento das “suaves prestações’. Na realidade, ter uma casa própria não significa morar bem, nem muito menos uma garantia da melhoria na qualidade de vida, nem garantindo um equilíbrio para uma sociedade mais justa. À medida que os brasileiros vão perdendo a capacidade de pagar o aluguel resta-lhes engrossar as filas nas COHABS, muda-se para moradias em piores condições ou ainda elevar o número daqueles que compõe a classe dos moradores de rua. Tratando-se da grande massa de miseráveis que vivem debaixo da ponte, em cantos externos de edifícios, nas calçadas, quase no meio da rua. Entram neste contexto: migrantes, desempregados, trabalhadores mal-remunerados, doentes, aposentados, mendigos e vendedores ambulantes. Com o crescimento das cidades, o problema da moradia também aumentou consequentemente, o número de moradores de rua aumentou drasticamente. Cada