A Grande Crise do Capital e a Condição da Política Social
Benring e Boschetti afirmam que foi ao longo da segunda metade do século XIX e inicio do século XX, que as bases que sustentavam os argumentos liberais, como o individualismo econômico, por exemplo, foram se enfraquecendo, e os movimentos operários passaram a ocupar cada vez mais os espaços políticos e sociais, fazendo com que a burguesia detentora do poder passasse a reconhecer alguns dos direitos reivindicados pela classe operária como os de cidadania e de política social.
As autoras colocam também que a concentração e monopolização do capital contribuíram para este enfraquecimento, os empreendedores que antes eram movidos por sentimentos morais, passaram a buscar dinheiro emprestados pelos bancos, causando uma fusão entre o capital bancário e o industrial, surgindo assim o capital financeiro.
Foi com a grande depressão, ou seja, com a crise mundial do capitalismo, que se iniciou em 1929, que se instaurou uma desconfiança de que o liberalismo econômico poderia estar errado, instaurando a partir daí a revolução socialista. Assim as políticas sociais começaram a se multiplicar lentamente, promovendo uma mudança na atitude da burguesia que antes confiava cegamente no automatismo do mercado.
Segundo as autoras havia naquele momento uma disputa entre o fascismo, o projeto liberal-reformista e o socialista, tanto no campo econômico quanto no territorial. E da complexidade desses processos, visando o amortecimento da crise de superprodução, Mandel sinalizou medidas nas quais se incluem as políticas sociais, objetivando o amortecimento da crise.
E neste contexto as políticas sociais se generalizaram como resultado de um pacto social, instituído nos anos seguintes com os seguimentos do movimento operário.
E no Brasil?
Para entender a política social no Brasil é preciso rever todo o conceito histórico, ou seja, é preciso pensar formação do capitalismo entre nós. A política social no Brasil se constitui