A globalização
André Maia Gomes Lages1. Doutorando em Economia/UFRJ e Prof°/UFAL
1) Introdução
A evolução da economia brasileira teve características particulares ao longo das duas últimas décadas, em função da ocorrência do programa de substituição de importações vinculado ao II PND na segunda metade da década de setenta, e das conseqüências dessa opção conjugadas a todos os problemas oriundos dos choques do petróleo de 1973 e 1979, resultando em inflação crônica, crise fiscal e de balanço de pagamentos na década perdida dos anos oitenta. Essa evolução condiciona a forma de pensar o desenvolvimento econômico do país, somadas as novas regras impostas pela globalização. Na década de 90, passos decisivos são tomados no sentido de responder à tendência mundial de formação de blocos econômicos. A política oficial do governo federal tem entre os seus mais sólidos objetivos a consolidação do Mercosul, que representou de fato uma intensificação do comércio entre seus países membros, como mostra a evidência empírica. Esse bloco econômico representava, no entanto, apenas 13,2 % de participação nas exportações brasileiras em 1995, quando tinha chegado a 13,9 % em 1993(cf. FUNDAP,1996). Ainda assim é evidente que o poder de barganha do país nesse e na relação com outros blocos econômicos e países dependem crucialmente da capacidade de ofertar produtos e serviços competitivamente, até pela forma como as relações multilaterais vem se desenvolvendo, em que fatores subjetivos, de ordem política, por exemplo, ganham peso nas negociações. O objetivo do presente