A gestão em sintonia com a vida
Marco Aurélio Nogueira
Hoje em dia vivemos num mundo totalmente diferente das décadas passadas, uma das grandes mudanças que estamos presenciando, não está localizada na estrutura da economia que antigamente era considerada a maior forma de determinação sobre os diferentes aspectos de vida, mas sim na estrutura da vida. O modo como estamos vivendo é novo, tem aspectos inusitados e surpreendentes, está nos forçando a renovar os parâmetros do pensamento. Estamos em um mundo paradoxal, que anuncia e nos promete muitas coisas, mas que é, ao mesmo tempo, muito angustiante e difícil.
As instituições sociais estão em alta, fazendo as pessoas se automodelarem, mas as instituições estão falhando, a começar daquelas que são decisivas para ordenação social, como por exemplo, o governo, os diversos setores da administração, a escola, os hospitais, até ir ao nível básico da sociedade, as famílias. Não significa que estejamos indo em direção a uma época sem famílias, não, de modo algum, mas certamente estamos indo em direção a um padrão de família mais aberto, que nós ainda não sabemos bem qual será, mas que não será semelhante ao padrão no qual nos criamos. E tudo isso tem muito haver com gestão seja social, seja em qualquer outra área.
Toda essa mudança por qual o mundo está passando, está digamos complicando tudo, para o que quer que queiramos fazer hoje, teremos de acumular mais conhecimentos, mais energia, mais disposição, mais flexibilidade, e isto significa que não há qualquer esperança de acerto na área da gestão que não parta de um bom estoque de conhecimentos e pessoas. Os sistemas podem valer bastantes, e acredito que valem muito, mas sem conhecimentos e pessoas qualificadas os sistemas não saem do lugar. Recursos humanos qualificados não significam pessoas diplomadas. Os diplomas são parte importante da vida, mas não são eles que farão a diferença. O que importa mesmo é aquilo que as pessoas acumulam em sua experiência de vida.