A geografia – Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra
- Um saber estratégico em mãos de alguns:
Ao falar e discernir sobre o uso do espaço físico e que nós, os meros ocupantes deste espaço, nos deparamos com uma elaborada força invisível, mas muito presente e eficiente, Lacoste nos diz como esta problemática está muito além do imaginável e cita ainda, que os mais experimentados e politizados homens sequer percebem o quanto estão sendo enganados e manipulados, pois o saber estratégico vai muito além do saber técnico, acadêmico ou da experiência. As informações necessárias para entendermos como funcionam estas manobras, sequer chegam as academias e universidades. Se temos acesso às informações, certamente não teremos aporte técnico para compreendê-las e quem as tem certamente está a serviço dessas instituições e organizações, sejam elas governamentais ou privadas.
São saberes prontos para a dominação, seja ele de território, social, econômico ou político.
Ao citar os trabalhadores de Lyon nos meados do sec. XIX que sofreram um redimensionamento explicitamente para desestruturar tais grupos de trabalhadores em sua organização, fato este que nos remete aos anos 80, com os movimentos
trabalhistas e de greves
ocorridos no grande ABC, onde suavemente e com justificativas
“plausíveis” à sociedade, vimos o deslocamento de fábricas, desmembramento de montadoras, terceirizações de mão de obra, nas quais hoje, um automóvel na sua montagem final recebe peças de dezenas de empresas. Outro fato relevante foi no governo FHC com as criações de cooperativas de trabalhadores e de terceirizações em massa do setor produtivo e até mesmo a política de privatização em grande proporção, fazendo assim que alguns ganhos trabalhistas adquiridos dentro de uma legislação vigente fossem anulados. O pior que tudo isso acontece sob a luz dos nossos olhos, mas tudo com uma
justificativa conceitual e bem elaborada e difundida nos meios de