A genética e os problemas éticos
Nos meados do século XX, o grande desenvolvimento de uma ciência diretamente ligada à vida, a genética, passou a ter implicações éticas muito significativas.
De fato, o caso da genética e da engenharia genética, a partir dos estudos dos genes e do surgimento das tecnologias gênicas, é duplamente importante para nós porque como explicam David Suzuki e Peter Knudston, a genética moderna conferiu aos seres humanos um grande poder sobre a hereditariedade, trazendo técnicas para conhecer os genes das espécies vegetais e animais, para decifrar as mensagens químicas cifradas das moléculas gênicas, e até para modificar genótipos individuais. Têm sido enormes os benefícios desses conhecimentos na medicina, na indústria, na agricultura, modificando a visão que o homem possuía de seu lugar na natureza – ele não é o “rei da criação”, mas um elo na milenar e longuíssima cadeia da vida- e na própria definição do que é um ser humano. A biologia molecular, descobrindo a origem da vida, abalou os alicerces dos mitos, das religiões, da sabedoria tradicional e dos valores humanos. Em vista do aumento do lucro e do poderio militar, apropriam-se privadamente dos resultados científico-tecnológicos, mantidos como segredos, e, sem prestar contas a ninguém, tomam decisões que afetam todas as formas de vida do planeta. Onde vamos destacar dois: 1- A responsabilidade moral e os limites do conhecimento genético contemporâneo:
Os conhecimentos desenvolvidos nessa área do saber, ainda que imensos e cientificamente revolucionários, são ainda muito pequenos e incertos. No entanto, precipitadamente, já tem propiciado ações sobre espécies vegetais e animais e sobre o homem, sem que se possam prever os efeitos futuros dessas intervenções.
O chamado caso da “doença da bolha” pode servir de exemplo aqui. Os que sofrem dessa doença possuem graves problemas imunológicos, isto é, seu organismo não produz glóbulos brancos que sirvam de