A fé alavanca as vendas
Evangélicos formam um contingente de 27 milhões de consumidores dispostos a gastar com artigos relacionados à sua religião. Quem conhece o mercado diz que vale a pena investir Por Lázaro Evair de Souza
Eles levaram a sério o conselho bíblico de crescer e se multiplicar. Hoje, estão por toda parte. Genericamente, são chamados de evangéli-cos, apesar de pertencerem a diferentes correntes religiosas. Nos últimos anos, o número de fiéis das chamadas igrejas pentecostais e neopentecostais aumentou em taxas que variam entre 5% e 10% ao ano, segundo avalia Renato Fleishner, consultor especializado no assunto. Na estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eles já são cerca de 27 milhões no país, ou o equivalente a 16% da população.
Apesar disso, poucos são os empreendedores que viram nesse público uma oportunidade de negócio. Quem percebeu não se queixa. A capixaba Tânia Roncetti acredita tanto no potencial de consumo do público evangélico que decidiu há dois anos investir R$ 250 mil na abertura de um ponto para venda de artigos religiosos num shopping em Vitória.
Deu tão certo que em menos de um ano ela abriu uma segunda loja, reservou espaço para a terceira num shopping em construção e planeja montar uma distribuidora. 'Estamos no melhor momento para montar um empreendimento voltado ao mercado evangélico, pois ele está mais profissional', comenta Tânia, formada em marketing. A seu ver, quanto mais empreendedores entrarem no ramo, mais profissional ele se tornará. 'Todos ganham com isso', garante ela.
CENTRO RELIGIOSO – O casal paulistano Alexandre Marcelino Coelho e Cátia de Castro Coelho concorda com Tânia. Donos, desde meados dos anos 90, da Estrela da Manhã, firma especializada na produção de adesivos plásticos com frases bíblicas, eles tiveram uma grande expansão nos negócios após abrir, no ano passado, uma loja num shopping especializado em artigos religiosos, localizado no