A força da tradição a persistência do antigo regime historiográfico na obra de marc bloch
GOMES, Tiago de Melo. A Força da Tradição: a persistência do Antigo Regime historiográfico na obra de Marc Bloch. In. Varia História, vol. 22, nº 36. Belo Horizonte: 2006. p.443-459
1- Tema
O texto aborda a permanência de traços da historiografia do século XIX na obra de Marc Bloch, um dos fundadores da escola dos Annales, com destaque para o livro A sociedade feudal, 1939.
2- Tese central
O autor destaca que muitas passagens dos livros de Bloch, em especial A sociedade feudal, poderiam ser facilmente comparadas aos textos dos historiadores tradicionais, criticados pelos Annales, escola fundada com a pretensão de romper com todos os traços da historiografia tradicional.
3- Lógica interna
O texto está dividido em quatro partes. São elas: a introdução, na qual o autor apresenta os questionamentos que os Annales vem recebendo nas últimas décadas, ainda que não se possa negar os méritos dessa escola; a segunda parte intitulada “Da Unidade Essencial dos Povos Romanos e Germânicos e de Sua Comum Evolução”, na qual são destacadas as tendências de Bloch a usar termos que remetem ao evolucionismo, a manter a separação entre o “nós” (europeus) e o “eles” (invasores), a conceber os não-europeus como “bárbaros” e a valorizar os feitos militares; o trecho denominado “As Grandes Potências”, no qual o autor aborda como o historiador francês mostrava-se simpático a muitos historiadores anteriores aos Annales, argumentando que era necessário superar seus mestres esperando um dia ser superado pelos seus sucessoras; por fim, nas considerações finais, Gomes pondera que apesar da permanência desses elementos na obra de Bloch, o caráter inovador deste não pode ser negado, mas 1929 não marca o rompimento com a historiografia anterior nem o recomeço da História a partir do zero.
4- Interlocuções
O autor se vê como parte de recentes estudos que tendem a questionar até que ponto vai a inovação dos Annales, assunto que por décadas foi considerado