a flor
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Leia com atenção:
A pipa e a flor
(parte I)
Um dia, passeando pelo parque, fiquei triste ao ver uma pipa enroscada no galho da árvore. Rasgada, ela girava que girava, ao vento, como se quisesse escapulir.
Mas não adiantava, parecia aqueles bichinhos de asas, quando caem em teia de aranha.
Tive dó. Pipa não foi feita para acabar assim. Pipa foi feita para voar. E é tão bom quando a gente as vê, lá no alto...
Eu sempre tive vontade de ser uma pipa. Bem leve, sem levar nas costas nada que pese. Papel de seda, taquara fina que enverga, mas não quebra, linha forte, um pouquinho de cola e pronto! Lá está a pipa pronta para voar.
As cores e as formas, que são tantas, a gente pode consultar o coração e ver o que ele prefere. Pipa, para ser boa tem de ser igualzinha a que esta na imaginação. Fico até pensando que as pessoas, para ser boas, precisam ter uma pipa muito colorida solta dentro de si...
Pipa boa não precisa de vento forte. Uma brisa mansinha deve chegar para levá-las até lá em cima, perto das nuvens. É por isso que elas têm de ser bem leves. O vento chega, as folhas das árvores tremem, e lá vão elas subindo, para dentro do vazio do céu...
Só que tem uma coisa muito gozada. Pipa para subir, tem estar amarrada na ponta de uma linha. E a outra ponta é uma mão que segura. É assim que a pipa conversa, através da linha. A mão puxa a linha e sente a linha firme, puxando para cima, querendo ir. É a pipa dizendo: “Me deixe ir um pouco mais...” Mas, se a linha responde frouxa, é a pipa dizendo que está sem companheiro, o vento foi embora, e ela quer voltar para a casa.
Há pessoas que nunca brincam com pipa e acham que é só cortar a linha para ela subir mais auto, nas costas do vento, sem nada que a segure. Mas não é assim. Quando a linha arrebenta, ela começa a cair. E vai caindo sempre, cada vez mais longe, triste, abandonando a cabeça... Quando eu era menino, eu me lembro, havia um homem... Justo quando as pipas estavam lá