A filosofia e o homem
Desde a mais remota época o homem procura compreender-se, definir-se... As clássicas perguntas que atormentam todos os filósofos e não filósofos (quem somos? o que somos? de onde viemos? para onde vamos?) são à base de todo conhecimento humano. São delas que partiram todos os que desejaram dar uma explicação a existência humana e sua origem... Mas, aonde chegamos? O que realmente sabemos de nós? O que a filosofia esclareceu sobre o homem?
Houve alguma filosofia que nos aproximasse de nossa origem? Ou ainda estamos a tactear nas sombras, como recém-nascidos que se vêem diante do mundo, sem nada compreender?...Houve alguma “iluminação” racional que respondesse ou apontasse um caminho para as respostas dessas clássicas questões?
Desde Tales de Mileto (624-546 a.C.), fica claro que é o homem o objecto principal da filosofia, é este o centro de todo pensar... Todos os esforços do pensamento são dirigidos para desvendar as nossas origens... Tudo que a filosofia pensou, e que, posteriormente foi comprovado por experimentação, deu origem as diversas ciências que promovem o desenvolvimento “material” do homem... É, portanto, o homem a razão da filosofia. Mesmo que o olhar da filosofia se dirija para além das estrelas ou que se agarre as entranhas da terra, é a penas em si mesmo (o homem) que pensa o filosofo...
Diz-se que a filosofia surgiu da necessidade do homem de se libertar dos mitos e suas explicações fantásticas sobre a origem do homem e de toda natureza... Mas, se assim foi, porque essa preocupação tamanha da filosofia de preservar esses mitos, de justificar a origem divinal do ser humano? Teriam esses filósofos ficado com medo de encontrar sua verdadeira origem? O egoísmo, o amor-próprio, o desejo de manter-se além da realidade que lhes era apontada pela lógica e pela experimentação, levaram esses grandes pensadores a negligenciar a razão? O homem não suportaria saber que é fruto de um acaso? Que ele não foi a obra de um ser superior e