A filosofia do capitalismo

1129 palavras 5 páginas
O capitalismo encontra seus fundamentos históricos na religião protestante. Esta que inaugura uma racionalidade diferente até então: a ethos, ou melhor, a ética protestante. Essa nova ética, jamais vista até o século XVI, inaugura um novo capitalismo, o moderno. O protestantismo, segundo Weber, é a origem do capitalismo moderno, pois é com ele que há o nascimento da ideia moderna de indivíduo. Isso acontecia porque as pessoas não duvidavam/questionavam nunca de Deus e essa situação ocasionava uma solidão, ou seja, como elas não falavam com Deus e suas vidas eram voltadas à ele e não havia um retorno, a consequência era a solidão. Então, a conduta de vida do protestante passa a ser mais racional e regrada. Assim, a resolução desse impasse (não saber se irá ao paraíso) começa numa vida social que deveria ser moldada com os fundamentos de Deus.
Os protestantes moldaram suas vidas de acordo com a moralidade prática, ou seja, baseavam-se na demonstração da fé por meio das boas ações deste mundo, e boa ação, para eles, não era a caridade. Weber fala que essa boa ação era o trabalho. O trabalho é o caminho para a virtude, e é ele que disciplina o homem. O trabalho é um meio para a salvação. Esse trabalho, voltado para a boa ação e salvação, que inaugurou o novo capitalismo do século XVI. Porém, no século XVIII, o ganho deixou de ser um meio para se tornar um fim em si mesmo, ou seja, o fundamento ético religioso se perdeu e a fé dilui-se nos pecados. E assim, o homem foi se tornando cada vez mais prisioneiro de uma racionalidade cada vez mais instrumental.
A explicação para essa racionalidade instrumental encontra-se em “Crítica da razão econômica” de André Gorz. Ele explica que essa racionalidade é quando as pessoas passam a ter apenas um raciocínio econômico sobre o mundo. Ou seja, as pessoas começam a ter um “olhar pobre”, pois além de os valores morais se afetarem, o mundo não é apenas econômico. Gorz diz que a sociedade está em crise, pois ao mesmo tempo que há

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