A FEIRA DE SÃO JOAQUIM
A FEIRA DE SÃO JOAQUIM... EM ÁGUA OU FOGO!
Formada na região de Água de Meninos em Salvador, a feira em destaque, que por sinal leva o mesmo nome do local, é remanescente da antiga Freguesia do Pilar, sede dos comerciantes portugueses que ali moravam.
De acordo com Anna Amélia Vieira, em seu livro Dez Freguesias da Cidade do Salvador, “o Pilar era, em parte residência de muitos portugueses ou brasileiros adotivos, onde se instalavam com suas famílias, ou onde moravam no local de seus negócios. Nessa época de 1855, o pilar assim se apresentava, mas as mudanças demorariam a atingí-lo, e grandes transformações em sua população fora, de logo observadas: os grandes negociantes portugueses iriam afastando-se para a Penha, á medida que os negócios e o comércio alcançassem o Pilar, que foi então totalmente ocupado pelo mesmo tipo de população que observamos no seu 4º quarteirão, vizinho da Conceição da Praia”. (NASCIMENTO. P. 90; 91; 92)
Vale ressaltar que o quarteirão referido pela autora se trata de um local tumultuado segundo ela. Lá moravam pessoas de toda qualidade, de profissões menos qualificadas, remadores de saveiros, artesãos, costureiras, rendeiras, engomadeiras e quitandeiras. Como podemos observar, o Pilar tinha uma população específica, que não diferenciou muito depois da saída dos grandes comerciantes da região.
Portanto, é a partir desse emaranhado de pessoas existente no Pilar, modificada com o passar dos tempos, que surgirá em Água de Meninos a Feira do sete, que de acordo com a historiadora Elizângela Rodrigues Ataíde em seu trabalho A Feira de Água de Meninos: (1959 – 1964), recebeu esse nome por está localizada próximo ao sétimo armazém das Docas, transformando-se mais tarde numa feira mais dinâmica. Seguindo os estudos de Elizângela, a existência da feira se dá em decorrência da construção do Porto de Salvador. Essa informação é de suma importância para se entender os conflitos que irão surgir ao longo da