A farsa de libertação
CURSO DE ESPACIALIZAÇÃO EM SOCIOLOGIA DAS INTERPRETAÇÕES DO MARANHÃO: POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E POLÍTICAS ÉTNICAS.
O presente artigo tem como finalidade a obtenção da nota de conclusão da disciplina: Estado, Política e Desenvolvimento do curso de Especialização em Sociologia das Interpretações do Maranhão.
Marcelo Dias Pinto
A Farsa de Libertação
Há exatamente dois anos e quatro meses deu-se início a montagem de uma estrutura política de poder estatal, alicerçada na construção de um discurso, que dentre outras coisas, prometera romper com as velhas relações oligárquicas presente no Maranhão a mais 40 anos. No domingo do dia 30 de outubro de 2006, a cidade de São Luís amanheceu em festa. Tomava posse o novo governador do Maranhão, Jackson Lago, eleito pela chamada Frente de Libertação, um consórcio eleitoral que no 2º turno envolvera onze partidos políticos. E como não poderia deixar de ser, a Frente de Libertadora contou com a intervenção direta da máquina político-financeira do então governador José Reinaldo, sendo na verdade uma conseqüência do mesmo, como muito bem descreve o sociólogo Robson Pereira:
“A vitória eleitoral de Jackson, não é produto do acúmulo das forças progressistas do Maranhão, mais sim, uma conseqüência direta das disputas intra-oligarcas, que ao longo dos anos marcaram a trajetória política da oligarquia Sarney”.
Os jornais de oposição ao sarneísmo - O Imparcial, Jornal Pequeno – procuraram dar a mais ampla cobertura ao momento que marcaria o suposto “dia da nossa Independência”. O jornalista Paulo Marat, então no Jornal do Brasil, complementa que o Maranhão “conseguiu se libertar sozinho, depois de quarenta anos consecutivos de submissão ao regime de opressão e injustiça social”, “conseguiu emergir da longa noite de dominação sarneísta, de incompetência administrativa, de descalabro econômico, de mediocridade política”. No entanto, o