I EK E A METAF SICA DO CAPITALISMO
Para analisar o pensamento é preciso saber quais são os cimentos ou a base de construção. Se pretendemos fazer um análise ideológica do pensador esloveno Slavoj Žižek é imprescindível de-construir o seu pensamento. Para isto, devemos situar – nos sobre três pilares: a psicanálise; a dialética hegeliana e a sua orientação de esquerda (emaranhada e auto-contraditória).
Partindo da premissa lacaniana que, a vida interior é uma farsa, o psicanalista é aquele que vai tirar as máscaras internas para mostrar que o sujeito analisado disse aquilo que não faz. Dito doutra maneira, o psicanalista tira a verdade do sujeito para (no melhor dos casos) criar uma reintegração com a própria história e com isso, o sujeito analisado saiba compreender aquilo que não sabia que sabia. Duma forma paralela ao trabalho da psicoterapia, Žižek procura junto com Hegel mostrar as farsas do capitalismo. Em primeiro lugar usando a síntese como a ferramenta de razão e de verdade. Se a direita responde aos interesses privados e o socialismo ao estado, então a síntese é a superação destes dois, sendo estabelecida e nomeada: o comunismo. Mas, para fazer uma crítica mordaz e desenfreada do espaço privado do pensamento źižekiano, utilizamos como plataforma: o seu livro “Da tragédia à farsa”. Neste livro, o Grande Outro chamado Lacan aparece como um suporte indispensável: “(…) a tríade RSI de Lacan: o Real da utilidade directa (alimentação saudável, automóvel de qualidade, etc.), o Simbólico do estatuto (compro um certo automóvel para marcar o meu estatuto – é a perspectiva da análise de Thorstein Veblen), o Imaginário da experiência gratificante e significativa.
O exemplo lacaniano da tríade RSI exprime como o pensamento žižekiano trabalha. Poderíamos acrescentar que vai do particular ao geral, quer dizer, desde a intrincada subjetividade privada ao sistema capitalista geral que domina dita subjetividade. Por este motivo, podemos