Auto e Farsa
"Os autos" eram peças curtas e de cunho religioso. Com a infiltração de artistas nas produções dos espetáculos, foram sendo incorporados elementos profanos aos textos, o teatro passaria a situar no campo de episódios terrenos e que pouco a pouco ganhariam sua liberdade e sua linguagem próprias: a virgem passa a ser substituída por uma donzela desprotegida e demônios ganham nuanças de novos personagens como dragões e feiticeiros.
Farsa:
“As Farsas” eram peças pequenas, com conteúdo grotesco ou situações ridículas. O objetivo era a crítica aos costumes. Os autos dominam a produção teatral na Espanha, no século XIV. Daí nasce a procissão de Corpus Christi (os quadros vivos - cenas curtas e pequenos episódios em versos), oficializada em 1264 pelo Papa Urbano IV. Ainda na Espanha, surgem as peças com diálogos, no século XV , “A Celestina” uma extraordinária novela de Fernando Rojas.
Exemplos de livros “auto e farsas”
Auto da compadecida (Ariano Suassuna)
João Grilo e Chicó arrumam um emprego com o padeiro da cidade. O cachorro da mulher do padeiro fica doente, João Grilo e Chicó vão à igreja para pedir ao padre que benzesse Xáreu. Mas o padre não concordou, João então disse que o cachorro era de Antônio Morais, um homem poderoso. Ao ouvir isso o padre aceitou benzer.
Quando iam saindo da igreja Chicó e J. Grilo viram Antônio indo para igreja. João se aproximou e avisou que o padre estava ficando louco chamando a todos de cahorro, para que ele não reparasse. Quando Antônio entrou na igreja logo o padre veio recebê-lo, como ele queria que a filha dele fosse benzida não houve confusão no início da conversa até que o padre referiu-se a cachorros e assim ofendeu a Antônio que disse que iria falar com o bispo sobre a groceria do padre.
Assim que ele saiu chegou na igreja o padeiro e sua mulher, João Grilo e Chicó. Xáreu acabava de morrer e a mulher queria que o cachorro fosse