a familia e a globalização
Para alguns autores e autoras como Rapoport, por exemplo, a globalização não é uma invenção da modernidade, para outros é um fenômeno que nasce no século XX (Kéller-Herzog e Thurow, entre outros). Entre eles/as estão os que a analisam sob a ótica da economia (Harvey), alguns como sinônimo de exploração capitalista (Borón), outros com olhares que incluem o cultural e o processo de construção relacional como Hopenhayn e Bauman. MacGrew nos propõe classificar as visões a respeito da globalização em monocausais e pluricausais, o que sofre críticas por parte de outros autores como, por exemplo, Sklair. Na riqueza de estudos e investigações pode-se constatar um traço comum: complexidade. Compreender a atualidade é um desafio constante e mutante, na velocidade e intensidade dos tempos modernos.
No presente trabalho não aprofundaremos nas razões históricas dos processos de globalização. Daremos preferência a aqueles pontos que influenciam mais intensamente nas relações familiares da atualidade. Faremos uma sucinta passagem pela evolução das famílias em América Latina buscando entrelaçar os marcos da globalização e as diferentes formas de ser família na atualidade, com especial atenção nas influências sobre as relações de gênero em seu interior.