A falsa medida do homem
Gould mostra, primeiramente, como esta visão, de certa maneira, já estava enraizada na mentalidade ocidental, principalmente nas classes detentoras do poder, desde a antiguidade grega, originando-se, talvez, de um contexto político. Em seguida ele nos fala sobre a poligenia, ou seja, a ideia de que as "raças" humanas tiveram origens diferentes e de seu principal método, a craniometria; num contexto histórico anterior a Darwin. Dentre outros pesquisadores, o autor releva o nome de George Morton, cujos trabalhos visavam a hierarquização das raças humanas a partir das medidas do crânio. O determinismo biológico relacionado a antropologia criminal, de acordo com as análises da anatomia humana do início deste século, também é tratado com profundidade pelo autor. Um dos temas mais polêmicos discutidos por Gould esta relacionado ao Quociente de Inteligência e os testes aplicados para a determinação do mesmo, bem como a suposta hereditariedade desta abstrata característica. Ainda com relação aos famosos testes de Q.I., o autor analisa o famoso caso do psicólogo Sir Cyril Burt, que, entre outras coisas, forjou dados e personagens para validar suas hipóteses. Gould finaliza o livro, fazendo uma reflexão positiva deste seu estudo sobre o determinismo biológico. Todos os temas foram escritos numa linguagem muito rica, com diversas citações das personalidades envolvidas e ilustrações bem esclarecedoras, sempre dentro do contexto histórico de então, o