A Exclus O Digital
As desigualdades no acesso às novas tecnologias
No atual contexto, um dos temas que merecem destaque, tendo em vista seu aspecto indicador da reprodução e acirramento das desigualdades sociais, simultaneamente ao desenvolvimento cada vez mais acelerado das novas tecnologias da informação e comunicação, refere-se a um fenômeno conhecido como ”exclusão digital”, considerado, genericamente, como consequência da ausência ou dos obstáculos presentes no acesso às novas tecnologias disponíveis, sobretudo, mas não exclusivamente, a Internet. Cabe, portanto, levantar algumas considerações que permitam uma reflexão crítica sobre o fenômeno da “exclusão digital” e os sentidos possíveis que este conceito pode assumir, com a preocupação de não sucumbir a posturas mistificadoras das atuais inovações tecnológicas de seus impactos para as relações sociais.
Carneiro, ao questionar a quem se dirige e a quem está disponível todo o avanço tecnológico produzido nos últimos tempos, destaca que, se por um lado, há um aumento da quantidade de usuários da Internet ( que passou de 150 milhões para 700 milhões em um ano), por outro, 91% desses usuários equivalem apenas 19% da população mundial e estão concentrados, em sua maioria, nos países que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE).
Tratando da situação brasileira, Silveira observa que a cidade de São Paulo possuía 26,5 telefones fixos por 100 habitantes, representando 41% de todo o tráfego telefônico do País. Já o censo de 200 mostra a existência de apenas 10 e 20 usuários de informática por 100 mil habitantes, um numero que, de acordo com o autor, é considerado bem abaixo dos atuais padrões mundiais. Em relação ao acesso à Internet, a região sudeste concentra 58% dos provedores de acesso brasileiros, sendo que somente a capital paulista detém 12% dos provedores, seguida pelo Rio de Janeiro, com 8%.
Trata- se de um fenômeno que pode ser entendido como uma das expressões da