A evolução não dá saltos

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As religiões que se arvoram em mandatárias da verdade absoluta e de fiscais da conduta alheia, em sua maioria, o fazem sob forte apelo emocional, impingindo o medo, a ameaça, o castigo do fogo do inferno, ou com propostas de poder, glória e riqueza material, conquistas financeiras mágicas, sem qualquer esforço no trabalho edificante. Todas as religiões sobrevivem pelos séculos afora porque têm sua importância e contribuição na transformação da criatura humana. No entanto, as que conquistam adeptos obedientes, em virtude do temor que elas causam, são felizes até certo ponto. No início das civilizações humanas, em que pese o refrear dos impulsos animalescos do homem, na sua mais abrangente necessidade de equilibrar hábitos e costumes, até mesmo de higiene pessoal e prática sexual, vemos Moisés, o profeta do velho testamento, instituindo para o povo as leis de Deus em conjunto com as leis civis e de comportamento, ensinando, por exemplo, além dos mandamentos divinos, a lavar as mãos antes das refeições, não ter intimidades sexuais entre parentes consanguíneos (pai, mãe, irmãos); tal era o estado de embrutecimento das criaturas da época. Para que o povo hebreu observasse os mandamentos, Moisés teve de apresentar um Deus vingativo e cruel, que punia ao menor deslize; única maneira pela qual esse líder espiritual conseguira refrear as atitudes irracionais daquela gente. A criatura humana estava sendo preparada através das experiências reencarnatórias, em longos períodos de aprendizado, a ter um encontro consigo mesma e ao enfrentamento de suas próprias emoções.
Chega o momento do ser em evolução, com certa emancipação emocional e intelectual exercitar os conhecimentos adquiridos. Os instintos dão lugar ao pensamento, para a descoberta da potencialidade da fé quando somada à razão, e da percepção da inviabilidade da fé tendo como sustentáculo ela própria, utilizando argumentos meramente sobrenaturais. Uma pausa para o reconhecimento de que a fé cega subjuga, subestima

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