A Evolução da Função Compras
A aquisição de suprimentos e a contratação de serviços para que empresas gerem bens e outros serviços são responsáveis por considerável parcela do custo de produção (Ballou cita tal margem como entre 50% e 60%). Apesar desse fato, por muito tempo a Função Compras nas organizações foi considerada uma atividade de caráter tático e de cunho puramente administrativo. Sempre teve um perfil reativo às decisões tomadas pelas outras funções, ou departamentos, da empresa, principalmente o de Produção.
A eclosão e continuidade da crise mundial do petróleo em 1973 marcaram o início da mudança de foco da Função Compras. Com a crise, ocorreu drástica redução de oferta dessa importante matéria-prima. Isso exigiu uma atitude mais ativa para o fazer o ressuprimento das necessidades internas de muitas empresas de base, fazendo com que elas passassem a perceber as possibilidades benéficas da realização de compras melhor planejadas.
No decorrer dos anos em que a crise se prolongou, que aliás, ainda persiste, surgiram novas formas de gerenciamento da produção como a filosofia just-in-time (JIT), o gerenciamento pela qualidade total e a redução do ciclo de produção. Esses conceitos foram criados para reduzir custos, melhorar a qualidade dos produtos e permitir maior competitividade no cenário internacional que, com a globalização, tornou-se difícil de alcançar e mais difícil ainda para se manter. Para serem competitivas, as empresas terminaram por elevar a Função Compras ao status de participante na construção de vantagens competitivas para o negócio.
Pode-se afirmar que a evolução da Função Compras percorreu quatro estágios:
1º Estágio: É caracterizado pela pouca agregação de valor ao negócio pelo setor responsável pelas aquisições. Nessa fase, os departamentos requisitantes de bens/serviços realizavam quase todas as atividades associadas à negociação da obtenção, deixando para o Setor de Compras apenas a operacionalização da