A EVOLUÇÃO DA BELEZA
A escultura de 11 centímetros do ilustre desconhecido, desenterrada em 1908, na Áustria, recebeu o nome de Vênus de Willendorf. Desde essa data, inúmeras estatuetas semelhantes foram sendo descobertas, dos Pireneus à Sibéria, mostrando aquilo que o homem, durante um largo período de tempo, via e apreciava na mulher. A obra mais antiga, conhecida, data de há 35 mil ou 40 mil anos e foi encontrada na Alemanha, é a Vênus de Schelklingen, de apenas seis centímetros, com o seu peito enorme e ancas largas, em marfim de mamute.
"A beleza das Vénus está nas formas e na valorização do corpo feminino no que há de mais exuberante na mulher: o quadril e o seio. A preocupação estética é inerente à necessidade da expressão humana e o ser humano, nessa época, visceralmente expressa a beleza que é ser mulher: o ser que garante a sobrevivência e continuidade da espécie humana. A imagem do feminino nasce plasticamente do grande mistério que é a fertilidade e do grande enigma que passa a ter esse ser capaz de tamanha divindade - gerar e parir semelhantes", afirmam as professoras brasileiras Isabel Hennig e Adriana Barbosa no estudo "Para Além das Imagens do Feminino".
À dezena de pequenas mulheres talhadas em calcário, marfim, cerâmica ou carvão, que os arqueólogos têm encontrado, foi dado o título de Vênus, numa assunção de que estas representam um ideal, ou não tivessem escolhido para as identificar o nome da deusa romana da beleza que nasceu numa concha de madrepérola e se fazia