A etica protestante
Da uma lida e vê se ta certo!
O marco da crise financeira global, que veio em seguida à “crise das hipotecas”, foi a quebra do Banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008. Em sessão especial, ocorrida dois dias antes, as autoridades estatais americanas decidiram que não ajudariam o Lehman Brothers, que simplesmente deveria sofrer as consequências de seus atos.
O que se seguiu foi uma crise sistêmica, que se alastrou pelo resto do mundo, demonstrando como um sistema desregulado é frágil. Pouco tempo depois, chegou-se a afirmar que “quando o governo americano e seu banco central, o Federal Reserve, deixaram o Lehman quebrar, alguns analistas disseram: só o tempo dirá se foram corajosos ou loucos”.
Na verdade, os governantes não estavam “loucos” no sentido leigo ou clínico da palavra: simplesmente aplicaram sua convicção liberal de que o Estado deve abster-se de intervir na economia. Até que a crise se alastrou e foram obrigados a mudar de ideia.
Várias análises a respeito da crise global, embora também elencando a desregulamentação, concluem que existiram diversos fatores econômicos que causaram a crise. O erro dessas análises consiste em perder de vista que a desregulamentação nada mais foi do que a tradução jurídica de uma decisão política. Essa decisão política – mais liberalismo econômico – afetou a economia. A desregulamentação não é um dos fatores que está “ao lado” dos fatores econômicos como responsável pela crise. Ao contrário, os fatores econômicos (ex. excesso de liquidez) somente existiram porque o mercado foi ficando cada vez mais desregulamentado. Em resumo, foram decisões políticas que geraram as medidas jurídicas (desregulamentação) que permitiram as ações econômicas causadoras da crise global.
A questão fica clara