A Estrutura do Pensamento
"Você consegue identificar, em você, quais são os aspectos fundamentais, sem os quais você se descaracterizaria, sem os quais romperia sua estrutura? Consegue, também, identificar pontos em sua estrutura que gostaria de modificar? É possível modificá-los? Quais as prováveis conseqüências de tais modificações?"
Alguns leitores, a partir do conceito de plasticidade, apresentado em textos anteriores (clique aqui), enviaram questões sobre o que é estrutura de pensamento em filosofia clínica. Conforme apresentado nos textos Filosofia e bem-estar: estabilidade ou instabilidade (clique aqui) e Como funciona a prática da filosofia clínica (clique aqui), a filosofia clínica possui, em seu instrumental, três eixos fundamentais: exames categoriais (revelam o universo no qual a pessoa está inserida), estrutura de pensamento (observa os modos de ser constituídos pela pessoa a partir das vivências relatadas em sua historicidade) e *submodos (eixo que observa as formas que a pessoa possui para lidar com suas questões). Aprofundemos um pouco o eixo estrutura de pensamento.
Estrutura de pensamento
Quando entramos em contato pela primeira vez com essa terminologia, corremos o risco de interpretações equivocadas. Estrutura, aqui, não significa, como algumas pessoas pensam, algo rígido. Uma estrutura é, segundo o dicionário Aurélio, “disposição e ordem das partes de um todo; sistema que compreende elementos ordenados e relacionados entre si de forma dinâmica”. Mesmo estruturas que aparentemente possuem rigidez, como a estrutura de um edifício, por exemplo, possuem alguma mobilidade, necessária para que o prédio possa suportar os movimentos do solo, da natureza que o rodeia, sem colocar em risco a sustentação do edifício.
Analogamente, podemos considerar a estrutura de pensamento como a organização dos elementos que compõem e sustentam os modos de ser de uma pessoa. Tal organização é móvel, fluida, acompanha os movimentos da vida, as