A estrutura da sílaba
Profª. Drª. Denise Porto Cardoso
Quando você estudou os encontros vocálicos, viu que não é tão fácil essa teoria de ditongos, tritongos e hiato. Tudo depende de se considerar ou não como encontro vocálico muitos ditongos crescentes. A própria Nomenclatura Gramatical Brasileira deixa em aberto esses encontros considerando-os ditongos instáveis, ou seja, podem ser considerados ditongos ou hiatos. Isso vai influir na contagem das sílabas porque se forem considerados ditongos terão menos sílabas do que se forem considerados hiatos.
Vamos começar o estudo da sílaba fazendo uma revisão do que vocês já sabem sobre o que vocês viram no Ensino Básico desse assunto. Depois estudaremos a sílaba do ponto de vista da fonologia, ou seja, sua estrutura fonológica.
Não é fácil definir sílaba adequadamente porque existem muitas teorias, tanto da fonética quanto da fonologia, que tentam esclarecer essa questão. Do ponto de vista fonético, as tentativas se concentram na definição de sílaba com base no esforço articulatório necessário para produzi-la. As teorias fonológicas da sílaba, por outro lado, focalizam a maneira como os fonemas se combinam em cada língua para produzir sequências típicas.
A sílaba fonética é toda emissão da voz laríngea caracterizada pela passagem do estreitamento à abertura do canal supraglótico (acima da glote). Esse conceito de sílaba fonética tem como base parâmetros da fonética articulatória.
Vimos que a sílaba compõe-se de dois elementos fundamentais: estreitamento e abertura. O estreitamento constitui o que se chama impulso silábico.
Essa fase corresponde às consoantes e semivogais, enquanto a abertura corresponde à vogal. Em síntese, a cada vogal articulada, temos uma sílaba.
A sílaba pode ser entendida como o segmento ou conjunto de segmentos pronunciados de uma só vez. Em Português seu núcleo é sempre uma vogal. Como vimos na aula 8, no caso do Português, somente as vogais podem