A essência do classicismo
Jonh Summerson, autor do livro “A linguagem clássica da arquitetura” explicita no primeiro capítulo, “A essência do classicismo”, que ele parte do pressuposto que os leitores já têm um conhecimento sobre o classicismo, conseguindo distinguir um edifício clássico de outro que não seja. Apesar dessa preocupação, afirma que sua análise não se resumirá a superficialidade de meras nomenclaturas e sim, a outras qualidades da arquitetura mais profundas.
A arquitetura clássica tem suas raízes na Antiguidade, no universo da Grécia (templos) e de Roma (arquitetura religiosa, militar e civil). O foco deste livro não é retratar a história dessa arquitetura, mas sim a sua natureza e seu uso. É um engano tentar definir a palavra classicismo, pois é possível atribuir vários significados a ela, nos diferentes contextos. Porém durante a análise o autor propõe um possível significado, no âmbito da arquitetura. Ou seja, “um edifício clássico é aquele cujos elementos decorativos derivam direta ou indiretamente do vocabulário arquitetônico do mundo antigo” (p. 4). Essa é uma definição objetiva só que superficial, pois remete só aos elementos do edifício sem conseguir captar a sua essência. Vale ressaltar que essências são difíceis de apreender e muitas vezes ao procura - las percebe-se sua inexistência. Ao longo da história há várias afirmações a respeito da essência que permitem concluir que “o objetivo da arquitetura clássica sempre foi alcançar uma harmonia inteligível entre as partes” (p.4), sendo que esta harmonia faz parte do edifício e é inerente aos elementos antigos. Muitos teóricos consideram esse conceito abstrato, afirmando que a harmonia de um edifício é conseguido através da proporção. Para os renascentistas a finalidade da proporção é estabelecer harmonia em uma estrutura. A essência da arquitetura está expressa, consciente ou inconscientemente, em todas as arquiteturas do mundo.
É fato que para um edifício ser reconhecido como clássico