A escrita
A escrita, seja ela qual for, tem como objetivo primeiro permitir a leitura. A leitura é uma interpretação da escrita que consiste em traduzir os símbolos escritos em fala. Alguns tipos de escrita se preocupam com a expressão oral e outros simplesmente com a transmissão de significados, que devem ser decifrados por quem é habilitado. Muitas vezes esse tipo de escrita se serve de palavras – chaves para a sua decifração. Seus exemplos mais comuns são os sinais de trânsitos. A placa se constitui numa escrita que procura não ter relação direta com a expressão sonora linguística, que apresentando compromisso apenas com o valor semântico da mensagem. Nesse momento a escrita sai da expressão linguística referindo – se a um pensamento não necessariamente de natureza linguística. Algo semelhante pode acontecer quando se dá o inverso, ou seja, quando a escrita apresenta o significante sem revelar nada do significado. Obviamente as escritas que se colocam nesses extremos são muito restritivas e têm um uso bastante específico e limitado. Um desenho não participa necessariamente de um tipo de escrita. A escrita pode ser qualificada como tal. Precisa de um objetivo bem definido, que é fornecer subsídios para que alguém leia. Um desenho não precisa ser feito necessariamente para que alguém leia. Qualquer desenho ou fotografia pode ser decifrado, comentado linguisticamente, sem que seja necessariamente um sistema de escrita, sem que ocorra uma leitura propriamente dita. A escrita deve ter como objetivo essencial o fato de alguém ler o que está escrito. Ler é condicionado pela escrita mesmo que a restrição seja semântica. Um desenho pode ser transformar facilmente num tipo de escrita. Muitas placas de trânsitos se baseiam em desenhos. Escrita se refere especificamente ao signo linguístico e à atividade de fala. A motivação da escrita e sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto mecânico de seu funcionamento. Assim, a leitura