A Escolariza o da Mulher
Introdução
Este trabalho tem como objectivo compreender o processo histórico de escolarização das mulheres e, de um modo geral, observamos que a mulher portuguesa foi representada na educação seguindo as normas de conduta consideradas ideais por teorias científicas, por discursos religiosos, políticos e de acordo com as conveniências sociais ditadas pelo homem e pela sociedade da época. A educação é o fenómeno mais importante da história do saber, da cultura e do conhecimento em todas as dimensões. Do ponto de vista social e cultural a mulher esteve orientada por uma série de reformas, que pretendiam fomentar a sua participação fora do âmbito estritamente privado e familiar.
A escolarização da mulher
Ao longo do século a educação da população portuguesa, nomeadamente da classe feminina, era baseada principalmente na moral e nas práticas religiosas instituídas pela Igreja.
Era necessário brilhar na sociedade da época necessitando de todas as luzes provenientes da educação cristã, ajustada aos deveres da sociedade civil e do seu próprio Estado. Vários modelos educativos eram expostos como exemplos a seguir pelas famílias da época, havia muitas que seguiam o processo de industrialização, modificando assim as suas ocupações laborais, invertendo o papel tradicional da mulher. Outros modelos de cariz tradicional valorizavam a educação do antigo regime permanecendo esta, em muitos lugares agarrado às suas raízes, educando somente a mulher para o papel de mãe e de esposa, muito resistente às mudanças privilegiando os padrões culturais de então. No entanto, outras famílias tentavam modernizar os seus preceitos educativos a partir do idealismo liberal, procurando no modelo familiar francês ou inglês novas orientações pedagógicas para educar os seus filhos e filhas.
Na sociedade rural, a boa educação consistia na execução autónoma de tarefas indispensáveis à economia familiar onde