A escola e a formação da cidadania ou para além de uma concepção reprodutivista Teoria do conhec
Sérgio Antônio da Silva Leite
Doutor em Psicologia. Professor do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação-UNICAM
O interessante artigo da psicóloga Cecília Maria B. Coimbra, "As funções da instituição escolar: análises e reflexões", publicado nesta edição, sugere uma série de questões bastante polêmicas, a respeito das diferentes concepções sobre o papel da Escola no desenvolvimento da sociedade brasileira. No sentido de colaborar para o debate, apresento algumas reflexões que julgo oportunas.
Para se discutir a questão proposta, gostaria de iniciar colocando a pergunta central: a Escola é uma instituição fundamental para a formação da cidadania?
Obviamente, estamos entendendo cidadania no seu sentido mais amplo possível, ou seja, o exercício pleno dos direitos e deveres de cidadão numa sociedade democrática, incluindo a participação efetiva em todo o processo social como sujeito histórico, de forma crítica e consciente. Além disso, a questão colocada pretende enfocar principalmente a Escola pública atual, com os problemas que todos já conhecem.
Esta questão nos leva a discutir sobre o papel da Escola. Isto porque entendo que a atuação dos profissionais da Educação depende muito da concepção que se tem sobre o papel da Escola em nossa sociedade. Por exemplo: a concepção de que a Escola tem pouca participação no processo de transformações sociais, implicará um engajamento político-social onde a ação transformadora não priorizará o espaço intra-escolar. Por outro lado, entendendo-se que a Escola tem um papel fundamental no desenvolvimento do processo social mais amplo, o espaço intra-escolar será visto como um dos locus prioritários para a ação de grupos e profissionais comprometidos com idéias transformadoras ou revolucionárias.
Ao analisarmos a literatura, tentando indentificar como as várias correntes teóricas ou diferentes autores interpretam o papel da Escola