TAFONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Tafonomia (do grego: tafos = sepultamento; nomos = leis) refere-se ao estudo dos processos de preservação e como eles afetam a informação no registro fossilífero, compreendendo duas amplas subdivisões:
A – Bioestratinomia, que engloba a história sedimentar dos restos esqueléticos até o soterramento, incluindo as causas de morte de um determinado organismo, sua decomposição, transporte e soterramento;
B – Diagênese dos fósseis, reunindo os processos físicos e químicos que alteram os restos esqueléticos após o soterramento (Seilacher, 1976; Flessa et alii, 1992). Alguns autores incluem também, no âmbito da Tafonomia, o estudo da Necrólise, abrangendo a morte e decomposição dos organismos (Weigelt, 1927; Cadée, 1991; Allison & Briggs, 1991). Outros consideram ainda, na análise tafonômica, a fase de soerguimento tectônico e a influência das técnicas e métodos de coleta e preparação dos fósseis (Clark et alii, 1967).
Figura 3.1 – Relações entre a Tafonomia, suas subdivisões e os eventos responsáveis pela origem das concentrações fossilíferas.
A Tafonomia pode contribuir decisivamente em diferentes campos, possibilitando, por exemplo, a identificação de eventos sedimentares e causa mortis de organismos fósseis, permitindo reconstituições paleoecológicas acuradas (Simões & Kowalewski, 1998) ou auxiliando na determinação do padrão de comportamento social em paleocumunidades. Sua aplicabilidade na Paleontologia é, portanto, quase ilimitada.
2 TERMINOLOGIA
2.1 ASSEMBLÉIA FÓSSIL
Qualquer acumulação relativamente densa de partes duras esqueléticas, a despeito de sua composição taxonômica, estado de preservação ou grau de modificação pós-morte. Pode representar acumulações geradas