A escola da vida
O filme começa com um evento de conclusão de curso, um ritual que marca a conclusão de curso dos alunos e sua despedia da escola. Ao ar livre, corpo docente e administrativo se porta num palco, alunos e pais se localizam enfileirados em cadeiras postas a frente e abaixo do palco. Um discurso de uma aluna marca o começo do filme, por ser um discurso negativo, desanimador, com uma perspectiva sombria acerca do futuro. Professores reagem de forma assustada com o teor das palavras e expressões ditas, expressando isso através de onomatopéias e expressões faciais, na qual o olhar serve de elemento chave. Um dos pontos principais desse ritual de passagem, é marcado pela entrega do premio destinado ao “Professor do Ano”, que na cena é entregue pela 47ª vez para o mesmo professor, que é saudado pelos alunos, de forma calorosa e harmoniosa. Este prêmio será ferramenta para todo o desenvolvimento da trama do filme. No seu discurso, ele faz referencia a uma espécie de “dom de ensinar” e diz que se trata de algo que não se pode esquecer. Particularmente não creio no conteúdo desta expressão, no sentido comumente usado, de que há algo que emana naturalmente do indivíduo e que li apropria de ferramentas para realizar um bom trabalho docente. Penso a docência como uma condição que se cria ao longo do percurso histórico do sujeito, na qual uma serie de fatores ao de interferir na sua trajetória, um “aperfeiçoamento” se opera através de uma reflexão critica acerca do próprio fazer docente, acompanhado de apropriação formativa no próprio trabalho. O que se poderia entrar de natural neste contexto poderia ser aspectos de fala (oralidade), tom, altura e timbre da voz, mas que se tratam de instrumentos de tantas outras profissões. O professor homenageado ao receber o titulo e troféu, sofre um infarto, logo se aproxima dele, seu filho, que também compõem o corpo docente da instituição. O pai dirige-se a ele e ensaia suas ultimas palavras: “É preciso menos que a