A vida na escola e a escola da vida
CECCON, Claudius. A vida na escola e a escola na vida. 23ª ed., Petrópolis: Editora Vozes Ltda em co-edição com IDAC, 1991
Resumo:
Ninguém está contente com a escola, todo mundo sonha com uma escola melhor, uma escola que realmente cumpra o seu papel que é de dar instrução a todos.
Os pais estão preocupados com a vida escolar de seus filhos, que muitas vezes são reprovados.
Os professores por sua vez se sentem sobrecarregados e desvalorizados em seu trabalho. Suas condições de trabalho são, de fato, muito ruins: classes superlotadas, falta de material didático, programas muito extensos e complicados, etc.
A professora muitas vezes não é vista pelos alunos como uma pessoa amiga que está ali para ajudar, mas sim como aquelas pessoas que sabe o que eles não sabem, que fala enquanto eles têm que ficar quietos, que fala bonito e diz que eles falam errado, que castiga quando eles se comportam mal e reprova quando eles não conseguem aprender o que tem que ser aprendido. Eles têm medo dela e, para se defender, se fecham em si mesmos ou tornam-se agressivos e indisciplinados.
Tudo o que eles sabem de experiência própria e bem vivida não é levado em conta na escola, pouco a pouco eles vão perdendo a motivação para continuar se esforçando, vão se sentindo realmente incapazes de aprender e vão se resignando a uma fracasso que vai marcar o resto de suas vidas.
O número de alunos que abandonam de vez os estudos aumenta consideravelmente a partir dos 10-11 anos de idade. É nessa idade que muitos têm que começar a trabalhar para sobreviver e ajudar a família.
A escola é feita para aqueles que não precisam trabalhar, ela faz de conta de que ninguém trabalha e coloca exigências que os que trabalham não têm tempo nem condições de cumprir. Os resultados escolares dos alunos que têm que combinar estudo com trabalho vão piorando cada vez mais, as reprovações e repetências vão se acumulando até que as crianças ou os próprios pais desistem.
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