a era de noe
Depois de um longo hiato, as superproduções bíblicas hollywoodianas voltam às telas com a estreia de “Noé”, dirigido por Darren Aronofsky, com o “gladiador” Russel Crowe no papel-título e até com participação especial de Hermione, digo, de Emma Watson como a esposa de Sem, o filho mais velho do construtor da arca. Na Folha de hoje, fiz uma breve análise da maneira como o filme transformou suas fontes bíblicas para tentar criar uma narrativa com mais plausibilidade psicológica (se conseguiu esse objetivo aí já é outra história…). De qualquer maneira, como a Arca é um dos temas mais populares nas discussões sobre ciência e religião, resolvi ampliar um bocado o debate com uma lista de dez coisas que você, gentil leitor, possivelmente não sabia sobre Noé. Ei-la.
1)Criacionistas usam a narrativa do Dilúvio para explicar a existência de camadas de fósseis no planeta
Segundo os criacionistas que acreditam que a narrativa do livro do Gênesis descreve com absoluta fidelidade histórica o desenvolvimento do nosso planeta, os animais extintos que conhecemos por meio de fósseis, como os dinossauros, são espécies que foram soterradas rapidamente pela lama do Dilúvio, tendo sido preservadas como prova da ação divina.
Valeu a tentativa, pessoal, mas essa explicação não faz sentido nem do ponto de vista científico, nem do ponto de vista bíblico. Para começar, as ordens de Deus a Noé no texto da Bíblia são claras: é para salvar TODAS as espécies de animais, sem essa de esquecer os dinossauros (ou deixá-los de lado porque não cabiam na Arca).
Em segundo lugar, atribuir todas as camadas de fósseis do planeta, ou mesmo várias delas, ao Dilúvio, simplesmente não casa com a maneira com as características geológicas das rochas onde os fósseis são encontrados hoje. Elas variam em composição química, tipo de sedimento (alguns de origem marinha, outros de natureza fluvial, outros ainda alterados pelo vento) – e, claro, idade, em alguns casos de