A EPISTEMOLOGIA GEN TICA DE JEAN PIAGET
Conhecimento e Desenvolvimento
Desenvolvimento e crescimento mental, para Piaget, são devidos à atividade do sujeito que se defronta com o seu meio e a inteligência, ou mais especificamente o desenvolvimento da inteligência é a condição para que os seres humanos construam conhecimento sobre o meio. E se a inteligência é o fator preponderante, como ele a define? Na sua concepção, é necessário defini-la como função e como estrutura. Enquanto função a inteligência deve ser vista como adaptação, ou seja, os processos da inteligência têm como finalidade a sobrevivência do sujeito no meio em que está inserido, modificando-o se necessário for ou se modificando para melhor se adaptar a esse meio. No que tange à descrição, do ponto de vista estrutural, a inteligência é uma organização, ou melhor, ela é uma organização de processos que está associada a níveis de conhecimento. Quando a organização é complexa ela exige um nível de conhecimento mais complexo e quando se trata de uma organização menos complexa a exigência é de um nível de conhecimento inferior.
Teoria da Equilibração
A obra de Piaget reuniu um grande número de conceitos que são extremamente importantes para a devida compreensão de sua Epistemologia Genética. Os trabalhos iniciais de sua pesquisa levaram-no a formular a Teoria da Equilibração. A primeira versão desta teoria foi escrita nos anos 50 e depois reformulada nos anos 708. A preocupação em formular de maneira sistemática a teoria subjacente à Epistemologia Genética e em explicar de forma integrada os mecanismos do desenvolvimento intelectual foi apresentada no artigo intitulado Lógica e Equilíbrio que faz parte do segundo volume da série de Estudos de Epistemologia Genética, publicado em 1956, volume este, que recebeu o mesmo nome do artigo. Não satisfeito com a teoria exposta, Piaget apresentou, quase 20 anos depois, uma reformulação de sua teoria do desenvolvimento cognitivo. Esta segunda versão foi publicada