A encantadora de baleias
Relações familiares, afetivas e sociais, cultura.
Neozelandês. Ao adaptar o livro baseado em uma lenda dos Maoris, a diretora conseguiu unir de maneira irrepreensível conflitos familiares, choque entre gerações e, especialmente, a luta de uma pessoa para mostrar que é forte o suficiente para enfrentar as regras estabelecidas. Encantadora de Baleia é um filme que utiliza as tradições de um povo para nos apresentar o belo drama de uma garota de 11 anos que tem que lutar contra o descrédito de seu avô e, ao mesmo tempo, conseguir um modo de impedir que sua comunidade fique cada vez mais desunida. É estranho percebermos que Paikea luta contra as tradições que a mantém à margem da sociedade para tentar salvar estas mesmas tradições. Dolorosamente ciente de ter quebrado a linha de sucessão desejada - "meu irmão gêmeo morreu, e eu não", diz ela -, Pai tira incentivo e bom senso de sua avó, uma personalidade forte. A decepção de Koro começa com seus filhos. A geração de seus filhos é preguiçosa e se sente deslocada. Os garotos cresceram e viraram pais semi-ausentes. O pai de Paikea, que aprendeu a escultura tradicional dos maoris e virou artista plástico com carreira na Alemanha, se vê dividido entre duas culturas. Seu bem humorado irmão, Rawiri (Grant Noa), cresceu gordo e preguiçoso. Determinado a encontrar um novo líder para seu povo, Koro começa a ensinar a garotos da aldeia o que é preciso para ser guerreiro. Quando os pais dos meninos observam seus filhos cantando os cantos tradicionais, eles mostram sentirem-se ao mesmo tempo orgulhosos e envergonhados. Os atores deixam isso claro sem qualquer diálogo. O que move a história é uma conexão profunda com a terra e o mar. Este, alternadamente azul turquesa e cinza, é um personagem essencial na história, assim como o são as baleias que se comunicam com Paikea. O grande conflito nasce do amor genuíno que a criança sente pelo avô. Rejeitada de todas as formas (o desinteresse do velho pela criança transforma-se