A ELEVAÇÃO DA CONDIÇÃO DA MULHER NO MUNDO OCIDENTAL
RESUMO: Esse artigo tem a intenção de apresentar observações diferenciadas sobre a condição histórica das mulheres- focando o período moderno-, e fugindo do discurso (fácil) de vitimização feminina proferido por grande parte daqueles que tem como foco de estudo a famosa história dos gêneros.
PALAVRAS-CHAVE: mulher, humanismo, o sonho, Bernat Metge.
É evidente que a perda da liberdade sempre foi um forte motivo literário, e objeto de estudo de muitos pesquisadores. O tema desse artigo parte dessa “inquietação”,e para desdobrar esse assunto ,assim como qualquer outro , precisamos como estudantes de história com um compromisso em buscar o mais próximo possível da verdade –pois não o fazendo não faz sentido o nosso ofício-, analisar os documentos e obras literárias com muita honestidade intelectual, sem distorcer as fontes para uma autopromoção, ou fazer do tema um palanque político. Esse nunca foi o verdadeiro ofício do historiador, ou o caminho para os aspirantes.
Por essa mesma razão, seria impossível desenvolver um trabalho realmente profundo sobre este tema em algumas páginas. É um trabalho de uma vida, visto quão enraizados estão alguns conceitos na produção historiográfica e quão difícil é apresentar algo diferente sem ser criticado no pior sentido da palavra. É necessário muito embasamento.
Portanto, no presente momento é cabível que sejam apresentados pequenos trechos de obras importantes no surgimento da tal inquietação, e alguns comentários sobre tais trechos. Iniciemos então,dando uma volta em um assunto um tanto recorrente .
Humanismo, um tema recorrente.
Em 1347, Petrarca (1304-1374) escreveu uma confissão:
Tarde, ou antes, já velho, começava, sem qualquer luz, a parar meu caminho ou mesmo, pouco a pouco, a retroceder, quando, pela vontade daquele que se serve sempre de nossos males para a sua glória e, sobretudo, para nossa salvação, me vieram ao encontro as Confissões de Agostinho.