Amartya sen, desenvolvimento como liberdade
Seminário de Ética e Filosofia Política
Por Henrique Brum Moreira e Silva
Amartya Sen, Desenvolvimento como Liberdade (2000) - Resumo
O PROBLEMA:
O processo de globalização gerou um mundo com um nível de riqueza sem precedentes. Ademais, a democracia se instalou como o único sistema político aceitável, além de ideias e ideais circularem cada vez mais facilmente ao redor do globo. E, no entanto, problemas como a fome endêmica, extrema pobreza, falta flagrante de liberdade ou regimes autoritários ainda persistem. Como este tipo de situação pode ocorrer ainda?
O DESENVOLVIMENTO COMO LIBERDADE:
Para Sen, considerar estes dois cenários como distintos é um erro fatal da economia atual. Na teoria econômica tradicional, o desenvolvimento de um país é medido por seu PIB, que, dividido per capta, mostra o grau de riqueza alcançado por seus habitantes. Como o PIB é a medida do desenvolvimento, a elevação deste passa a ser considerada a meta fundamental de qualquer governo, de maneira que começam a surgir posicionamentos esdrúxulos, como o que afirma, por exemplo, que instituições como Democracia,
Direitos
Civis,
e
Liberdade
Individual
atrapalham
o
desenvolvimento por não permitir a expansão econômica em seu grau máximo, sendo portanto um “luxo” que os países em desenvolvimento não poderiam desfrutar até que
atingissem um grau de PIB per capta apropriado. Ou a de que os habitantes destes países não se importam (ou não têm razões para se importar) com tais instituições, visto que o que é mais urgente para eles seria a conquista da riqueza.
Isto gera distorções absurdas. Enquanto, por exemplo, os Estados Unidos são de longe a nação mais rica do mundo, um homem negro americano tem uma expectativa de vida inferior a um homem chinês, um costarriquenho, ou um habitante do estado de
Kerala, na Índia. Isto invariavelmente leva à pergunta: