A Elaboração do Cordel
1 A MÉTRICA NA ELABORAÇÃO DA POESIA DE CORDEL
A literatura de cordel segue algumas técnicas e é extremamente exigente com a forma, somente sendo reconhecida como de boa qualidade quando atende aos requisitos de rima, métrica e oração. A evolução da literatura de cordel no Brasil não ocorreu de maneira harmoniosa. A oral, precursora da escrita, engatinhou penosamente em busca de forma estrutural. Os primeiros repentistas não tinham qualquer compromisso com a métrica e muito menos com o número de versos para compor as estrofes. Alguns versos alongavam-se inaceitavelmente, outros, demasiado breves. Pelos tantos nomes importantes da Literatura de Cordel que tiveram pouco estudo, é possível perceber que muitos passam a vida fazendo – ou pelos começam a fazer - as poesias, sem nunca ter estudado a contagem das sílabas ou a estrutura das rimas. Essas pessoas simplesmente têm o dom da poesia, dom esse muitas vezes despertado ao ouvir as pelejas dos cantadores nos desafios, ou a declamação dos cordéis, lidos ou decorados. Mas isso não quer dizer que não seja importante estudar as técnicas.
No projeto “Acorda Cordel na Sala de Aula”1 Arievaldo Viana, explica:
Métrica: é a medida das sílabas de cada verso, em determinado gênero.
Rima: é a correspondência entre sons, com palavras diferentes.
Oração: é a coerência, encadeamento, coordenação, precisão, objetividade e fidelidade ao tema.
A seguir as possibilidades de rimas de um cordel: Parcela ou Verso de quatro sílabas
A parcela ou verso de quatro sílabas é o mais curto conhecido na literatura de cordel. A própria palavra não pode ser longa do contrário ela sozinha ultrapassaria os limites da métrica e o verso sairia de pé quebrado. A literatura de cordel por ser lida e ou cantada é muito exigente com questão da métrica. Vejamos uma estrofe de versos de quatro sílabas, ou parcela.
Eu sou judeu para o duelo cantar martelo queria eu o pau bateu subiu poeira aqui na feira não fica