A Educação e as Desigualdades Sociais no Brasil
Alberto Noé e Ana Luiza Balassiano
Este trabalho analisa como se processam na educação e no mundo do trabalho as relações de gênero e de raça. O objeto de estudo circunscreve-se em torno das desigualdades socialmente dadas entre homens e mulheres no Brasil contemporâneo. O objetivo é o de evidenciar mudanças e continuidades relativas às desigualdades socialmente estabelecidas nos últimos anos entre os homens e as mulheres, negros e brancos, dimensionando por gênero e raça as características da: educação e o emprego, focalizando principalmente o desemprego feminino e masculino, a precariedade do emprego e a informalidade do emprego
Neste sentido, analisar as questões referentes as desigualdades sociais no Brasil, se faz necessário re-significar os conceitos de gênero, raça, vulnerabilidade e o próprio conceito de desigualdade e suas relações com a educação. Assim, a partir de um estudo do sentido dos papéis sexuais e do simbolismo sexual das sociedades é que se pode melhor identificar as épocas e a ordem social que as institui, e quem sabe até transforma-la. Desta forma, reconhece-se, a importância de analisar a questão do gênero enquanto categoria. Saber como o gênero funciona nas relações sociais humanas, e que sentido a organização e a percepção do conhecimento histórico podem atribuir ao gênero.
As relações e as interações vão se construindo enquanto pessoas singulares ou múltiplas, sobre a ambivalência dos conceitos de sexo e de gênero. As pessoas contêm dentro de si múltiplas identidades, que em qualquer momento podem ser ativadas. Para Scott (1989), essas respostas dependem do gênero como categoria de análise, o que indicaria as construções sociais a criação inteiramente social das idéias sobre os papéis próprios dos homens e das mulheres. Deve-se ressaltar que as preocupações teóricas relativas ao gênero como categoria de análise só começaram a aparecer no final do