A educação física e o ideário de promoção da saúde na contemporaneidade: estratégias de controle do corpo
Resumo Este texto procura, de maneira introdutória, identificar as possíveis ressignificações do ideário do movimento higienista (a vulgarização de hábitos saudáveis), a partir da leitura das propostas de alguns autores ligados à Educação Física e áreas médicas. Buscamos analisar como eles concebem a educação física e sua relação com a promoção da saúde e ao combate dos males da vida contemporânea, os quais aumentam a predisposição de doenças crônicodegenerativas. Defendemos a tese de que o movimento Higienista ainda está presente na Educação Física brasileira, mas com um caráter “novo” (“novo higienismo”) e continua buscando os mesmos ideais de combate aos hábitos ditos não saudáveis, com o objetivo de manter e promover a saúde individual e coletiva. A ideia de que um povo educado e com saúde é a principal riqueza da nação chega com força a nossos dias e ainda aglomera em torno de si forças que se sentem progressistas (Gois Junior e Lovisolo, 2003). Utilizamos a leitura foucaultiana acerca da questão do corpo e da ação dos dispositivos do poder disciplinar sobre o mesmo. Há, na contemporaneidade, estratégias de controle do corpo contidas tanto na Educação Física quanto no ideário de promoção da saúde, que influenciam as visões de professores e alunos da área e a sociedade como um todo. Palavras-chave: corpo, saúde, poder disciplinar
Introdução
Não há dúvidas da importância de discutirmos temas relacionados às inúmeras questões referentes ao corpo, à corporeidade nos cursos de Educação Física, intentando problematizar e ampliar o olhar do professor em formação com o fim de compreender que as discussões/situações do mundo do trabalho possuem relação intrínseca com sua intervenção pedagógica, além de entender também em quais condições