a edificação da realidade
“Os interesses sociológico nas questões da “realidade” e do “conhecimento“ justifica-se assim inicialmente pelo fato de sua relatividade social. O que é “real“ para um homem de negócios americano. O “conhecimento“ do criminoso é diferente do “conhecimento“ do criminalista“ ; ou seja o real é o terreno firme que pisamos em nosso cotidiano. Todos temos consciência, de uma maneira ou de outra, de que o mundo apresta realidades múltiplas, isto é, que há zonas distintas de significação.
A vida cotidiana á qual retornamos sempre é considerada por nós a realidade por excelência, a realidade predominante. Porém, o mesmo cotidiano não consiste num bloco monolítico de realidade: nele há também zonas mais próximas ou distantes de minha consciência. A realidade que me é mais palpável, aquela na qual tenho maior segurança, diz respeito ao mundo que se acha ao alcance de minhas mãos: mundo no qual atuo, trabalhando para alterá-lo ou conservá-lo.
O setor da realidade que me é mais claro e conhecido pode ser chamado de “não-problemático“. Ali o meu conhecimento me habilita a viver de maneira mais ou menos “mecânica“, no sentido de não serem necessários novos conhecimentos ou de novas habilidades para resolver as pequenas questões surgidas.
É sempre necessário um certo “esforço“ para nos desligarmos da realidade cotidiana e penetrarmos nesses outros setores: é preciso que se abandone a linguagem e a visão rotineira do mundo.
A realidade, socialmente edificada através da institucionalização, por este jogo dialético da reificação apresenta-se então os homens como um dado objetivo e coercitivo, que lhes determina a consciência.
Ao refletirmos sobre como a realidade é edificada estamos construindo também uma realidade conceitual que pretende legitimar o processo todo.
A MANUTENÇÃO DA REALIDADE
A solução terapêutica das divergências surgidas dentro de um universo simbólico implica que este universo possua, em seu corpo de conhecimentos, três