A Economia do Caf no Brasil
Print version ISSN 0034-7590
Rev. adm. empres. vol.18 no.2 São Paulo Apr./June 1978 http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901978000200010 RESENHA BIBLIOGRÁFICA
Afrânio Mendes Catani
Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil
Por Sérgio Silva. São Paulo, Alfa-Ômega. 120 p.
Originalmente apresentada como tese de mestrado na École Pratique des Hautes Études em 1973 sob o título Le café et l'industrie au Brésil, 1880-1930, o trabalho de Sérgio Silva procura enfatizar ''a natureza contraditóriadas relacões café-indústria, de tal modo que a expansão cafeeira determina, ao mesmo tempo, o nascimento da indústria e os limites da industrialização".
O livro é composto de quatro capítulos - 1. Introdução sobre a problemática; 2. Condicões históricas da expansão cafeeira; 3. Economia cafeeira; 4. Origens da indústria - sendo que este comentário atentará, basicamente, para alguns aspectos contidos nos capítulos 3 e 4.
Nas primeiras páginas, o autor salienta que a economia cafeeira foi o principal centro da acumulação de capital no Brasil durante o período da República Velha (1889-1930), é que é" ... na região do café que o desenvolvimento das relações capitalistas é mais acelerado e é aí que se encontra a maior parte da indústria nascente brasileira ( ... ). To da a análise da economia cafeeira fundamenta o estudo das relações entre economia cafeeira e indústria nascente" (p. 17).
Afirma ainda que a problemática que sustenta este estudo sobre a economia brasileira no período assinalado é a de captar as características específicas de transição capitalista nos países que ocupam uma posição subordinada na economia mundial (p. 27).
No terceiro capítulo, Sérgio Silva estuda a economia cafeeira, salientando o aumento vertiginoso de sua produção: por volta de 1850 ela atingia, em média, a cifra de 3 milhões de sacas por ano, para, a partir das décadas de 1870 e 1880 principalmente, ultrapassar os milhões de sacas/ano. Então, em suas