A dimensão técnico operativa BATTINI 2
A dimensão técnico-operativa no exercício profissional do assistente social1
Profª Drª Odária Battini
Se o legado da tradição cultural burguesa é a barbárie, não permaneçamos tributários dela.
(M.Helena A Lima – 1994)
Breve história
Na história do serviço social no Brasil, especialmente no pós reconceituação, os assistentes sociais colocavam em questão o instrumental técnico-operativo na profissão porque, equivocadamente, entendiam que representava o pragmatismo herdado da influência teórico-metodológica norte americana e que se destinava a consolidar o projeto conservador de sociedade, amplamente questionado pela categoria profissional na época. O argumento residia na idéia da busca da perspectiva crítica do serviço social que colocava como substrato da ação profissional a interpretação do mundo, o que se processava por uma referência teórica crítica de leitura da realidade. O ponto alto da discussão que movia o debate dos assistentes sociais recaia na leitura da realidade, sem a necessária unidade teoria/prática, que dá sustentação à perspectiva crítica de pensar e agir no real, desconsiderada em suas dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico operativa. Desse suposto, resultou ênfase na teoria, no método e na história de modo abstrato, cindindo a categoria profissional entre assistentes sociais críticos e
pragmáticos, reduzindo a unidade saber/fazer no serviço social.
Na atualidade, os
assistentes sociais retomam a
questão da
instrumentalidade2 (GUERRA. 1995), já avançando na análise e na apreensão de que nem a teoria, nem a ação profissional cotidiana per si e, tampouco as profissões concebidas e operadas de forma abstrata, portanto sem a
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Texto reelaborado para o Curso de Atualização sobre A instrumentalidade no trabalho do assistente social realizado na PUCPR. Junho de 2004. Primeira versão do texto – 2000 para implantação do Campo
Estratégico de Estágio do Curso de Serviço Social da PUCPR no Ministério Público do Estado do Paraná.
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