A dialética da violência - algo muito além do crime

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|A DIALÉTICA DA VIOLÊNCIA: ALGO MUITO ALÉM DO CRIME. |

INTRODUÇÃO:

Pensar na violência na contemporaneidade dos tempos, nos faz pensar em algo criminoso, algo que nos faz sentir medo, algo que não queremos perto de nós. Pensamento este, correto ou equivocado? Uma vez que a violência possui diferentes apresentações. E uma das facetas da violência que prefiro citar e que também norteará esse trabalho é a forma com que Lapierre (apud MORAIS, 1981, p.3) trata da mesma, destacando a perversidade ao dizer que “a brutalidade é a violência dos fracos, e que a violência dos poderosos é calma, fria, segura de si mesma; suas técnicas de opressão são discretas, refinadas e, enfim, terrivelmente eficazes”. Tão eficazes, que a maioria dos seres humanos mal consegue senti-las, porque já estão enormemente condicionados a acatar com as vontades de uma parcela hegemônica da sociedade. Um exemplo de condicionamento do homem é a não reação perante o estardalhaço e a quantidade de informações que a mídia vem trazendo em relação à comemoração dos 100 anos de imigração japonesa. Este trabalho não vem com objetivo de menosprezar a cultura oriental presente na sociedade brasileira, mas evidenciar a forma com que interesses de parcelas menores da nossa sociedade são mais bem aceitos do que fatos de maior importância. Quem disse que a comemoração aos 100 anos de imigração japonesa é mais importante do que os 120 anos de abolição da escravatura ou até mesmo mais importante que conhecer mais peculiarmente e ressaltar a importância do índio na formação cultural da sociedade brasileira? A contribuição do negro e do índio foi deixada de lado quando imigrantes europeus e asiáticos tomaram conta do nosso país. Hannah Arendt traz algumas idéias que evidenciam a noção de