A desintegração da antiga Iugoslávia.
A morte de Tito criou um vazio de poder na Iugoslávia. Os nacionalismos voltaram a se manifestar, evoluindo rapidamente para o separatismo. A crise econômica que devastou os países socialistas na década de 1980 contribuíram para agravar a situação. Os sérvios, sob a liderança de Slobodan Milosevic (que assumiu o poder em 1987, através de um golpe de Estado), tentaram a todo custo manter uma união que os beneficiava; e, em 1989, Milosevic revogou a autonomia que Tito concedera aos albaneses de Kosovo e aos húngaros da Voivódina. Estes últimos não reagiram, mas em Kosovo as manifestações de protesto foram reprimidas duramente pela polícia e exército sérvios.
Algumas repúblicas, como a Eslovênia e a Croácia, passaram a almejar sua independência. Motivo: apesar da população pequena, essas duas repúblicas respondiam por grande parte das exportações do país.
O DESMEMBRAMENTO DA ANTIGA IUGOSLÁVIA (1991/1992)
Em 1991, a Eslovênia, a Croácia e a Macedônia proclamaram sua independência; em 1992, a Bósnia-Herzegovina fez o mesmo. A ONU reconheceu os novos Estados e a Iugoslávia viu-se reduzida à união entre Sérvia (que inclui Kosovo e a Voivódina) e Montenegro. Essa nova Iugoslávia foi reestruturada em 1992, formando uma federação em que Montenegro possuía um governo quase independente, no qual a Sérvia não tinha o direito de intervir. Na prática, portanto, a nova Iugoslávia correspondia basicamente à Sérvia, já que Montenegro levava uma vida mais ou menos à parte e seus habitantes constituíam menos de 8% da população total da Iugoslávia.
A GUERRA DA BÓSNIA
Na Bósnia-Herzegovina, onde os sérvios formavam 31% da população, houve uma guerra terrível entre 1992 e 1995. Os sérvios locais, comandados por ex-oficiais do exército iugoslavo, organizaram-se em poderosas milícias, equipadas com armamento fornecido pela Iugoslávia, e deram início a uma ação de “limpeza étnica”, expulsando os moradores bósnios e também croatas (11% da