A descrição do uso dos verbos TER e HAVER no livro didático
Pesquisamos na coleção de livros “Português Linguagens”, que tem como autores William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, a abordagem dada a este assunto.
Nos livros destinados ao 6º e 7º anos não é feito nenhum tipo de menção ao uso dos verbos TER e HAVER.
No livro destinado ao 8º ano fala-se a respeito dos verbos impessoais relacionando-os à ocorrência da oração sem sujeito (P. 41) e afirmando serem os seguintes: os verbos fazer e ir quando indicam tempo decorrido, o verbo ser indicando tempo, o verbo haver com o sentido de “existir” e os verbos que indicam fenômenos da natureza: chover, nevar, trovejar, anoitecer, fazer (frio, calor), entardecer, etc.
Em um dos exercícios propostos (P.44) é levantada a possibilidade da substituição do verbo HAVER existencial pelo verbo TER, afirmando ser esta uma construção comum na linguagem coloquial. Porém, o enunciado do exercício atenta para o fato de que a variedade padrão recomenda que se empregue o verbo HAVER como impessoal.
Além disso, a linha de raciocínio leva à pressuposição de que quando os escritores empregam esse tipo de construção é tão somente para que a sua linguagem se aproxime da informalidade.
Os exemplos dados são de fragmentos de textos poéticos da autoria de Manuel Bandeira e Chico Buarque de Holanda, em que o uso desta estrutura pode ser explicado pela “licença poética” e pelo caráter intimista do gênero textual utilizado.
No livro do 9º ano a abordagem dada ao uso do verbo TER na escrita enfoca apenas o uso do acento diferencial na 3ª pessoa do plural. Porém, chama a atenção o texto utilizado para exemplificar e introduzir o assunto, um bilhete, que será reproduzido abaixo.
Estudando o fenômeno da gramaticalização do verbo TER, que cada vez mais vem sendo usado em substituição ao verbo HAVER com o sentido de “existir”, percebemos que os livros didáticos pouco tocam nesse assunto, e se o tocam é de